Arquitecta Ângela Mingas exonerada do Ordenamento do Território

Centralidade de Mussungue, na Província da Lunda Norte (Foto Benjamim Cândido / JAIMAGENS)

Centralidade de Mussungue, na Província da Lunda Norte (Foto Benjamim Cândido / JAIMAGENS)

A arquitecta Ângela Mingas foi exonerada sexta-feira (16) do cargo de Secretária de Estado para o Ordenamento do Território. O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, nomeou para o lugar o arquitecto Manuel Marques Pimentel, que ocupava desde 2013 o posto de Director-Geral do Instituto Nacional de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (INOTU).

Desentendimento com a ministra

Segundo o site de notícias Club K, ligado a círculos bem informados do Governo, Ângela Mingas pediu recentemente a demissão do cargo por causa do “desaproveitamento profissional a que estava remetida por conta de um clima de saturação entre si, e a sua superior”, a Ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho.

O site refere-se a uma “relação surda” entre as duas responsáveis, originada na forma como o Governo foi formado depois das eleições gerais de 2017.

Por norma, diz a canal de notícias, são os ministros que indicam ao chefe do Executivo o nome dos Secretários de Estados com quem desejam trabalhar, mas neste caso Ana Paula de Carvalho, que entrou para o Governo por sugestão do antigo Secretário-Geral do MPLA, Paulo Kassoma, com quem trabalhou no Huambo, não teve a oportunidade de escolher.

“Ao entrar para o Governo, terá sido uma corrente não alheia ao actual Secretário dos Assuntos Políticos do BP do MPLA, Mário Pinto de Andrade, que propôs o nome de Ângela Rodrigues Mingas como sua adjunta”, diz o site de notícias.

Em Outubro de 2017, quando foi formado o Governo, Ana Paula de Carvalho era Directora Provincial do Urbanismo e Construção do Huambo e Ângela Mingas dirigia o Centro de Estudos e Investigação Científica de Artes, Arquitectura, Urbanismo e Design da Universidade Lusíada de Angola (CEIC-AAUD).

Críticas à Imogestin

O Club-K cita fonte do Ministério do Ordenamento do Território e Habitação como tendo dito que Ana Paula de Carvalho “não se sentia bem” com Ângela Mingas e “não lhe confiava trabalho” e revela que a demissão ocorreu horas depois de Mingas ter apresentado uma dissertação numa exposição colectiva de arquitectura, realizada no Museu Nacional da História Natural de Angola.

Em Agosto, Ângela Mingas, defendeu a revisão dos preços dos apartamentos dos projectos habitacionais do Estado em todo o país, de modo a serem ajustados aos custos das obras e à situação do mercado imobiliário, nos últimos anos em queda.

Após uma visita à Centralidade do Mussungue, na Lunda Norte, Mingas afirmou que os preços que a Imogestin pratica na Centralidade do Mussungue chegam a atingir o dobro do custo  e falou mesmo em “especulação”.

“Não podemos permitir que haja especulação dos valores imobiliários, já que é um património do Estado”, afirmou na ocasião Ângela Mingas.

A Imogestin é a imobiliária privada angolana que gere as novas centralidades e os projectos habitacionais do Estado.

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