A Administradora do Município de Mbanza Kongo, Nzuzi Makiesse, acusou sexta-feira (14) autoridades tradicionais de estarem envolvidas na venda e distribuição ilegal de terrenos municipais, anunciou a agência noticiosa Angop.
Segundo a agência, a Administradora Municipal disse à imprensa que a venda ilegal de terrenos do Estado por autoridades tradicionais está a ganhar “contornos alarmantes” e a “gerar conflitos” entre os munícipes.
Nzuzi Makiese disse à imprensa que, semanalmente, dão entrada na Administração Municipal de Mbanza Kongo entre 7 a 15 processos de venda ilegal de terrenos envolvendo sobas e regedores.
De acordo com a Administradora Muncipal, a mesma parcela de terreno chega a ser comercializada a mais de quatro pessoas pelas autoridades tradicionais.
A Bela Vista, no Bairro 11 de Novembro, é zona mais visada pela venda ilegal de terrenos de Mbanza Kongo, indicou a responsável.
As autoridades tradicionais chegam a comercializar as reservas fundiárias do Estado, precisou Nzuzi Makiesse.
As declarações da Administradora do Município de Mbanza Kongo foram feitas à imprensa depois de um encontro que teve com as autoridades tradicionais sobre a venda ilegal de terrenos.
“Reunimos para que em conjunto possamos encontrar um denominador comum para se pôr fim a esta prática que envolve figuras do poder tradicional”, afirmou Nzuzi Makiese, frisando que “quem insistir” nessa prática ilegal será responsabilizado criminalmente.
Em 2017, a cidade de Mbanza Kongo foi declarada património cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Desde que foi proclamada património da humanidade, as autoridades angolanas anunciaram acções destinadas a renovar a região, atrair turistas para a cidade e desenvolver a economia local.
Segundo a Angop, a cidade conta com uma população estimada em 155.174 habitantes distribuídos por seis bairros: Sagrada Esperança, Álvaro Buta, Martins Kidito, 11 de Novembro e 4 de Fevereiro.