O Governo da Província da Huíla anunciou que vai, ainda este ano, confiscar edifícios privados abandonados, mas antes dará uma moratória aos proprietários para que recuperem esses imóveis, noticiou a Angop.
Falando à imprensa no final de uma visita a edifícios abandonados da cidade do Lubango, o Governador da Província, Marcelino Tyipinge, disse que a medida de confisco avançará depois de uma moratória. Caso os proprietários dos edifícios manifestem incapacidade de recuperação, as autoridades confiscarão, recuperarão e assumirão a gestão dos imóveis, advertiu o governador, citado pela Angop.
Marcelino Tyipinge adiantou já que serão abrangidos pela medida de confisco os edifícios do antigo Cine Odéon e Cine-Teatro Arco Íris, bem como o empreendimento anexo, o Prédio 4 Cine, onde se refugiaram antigos deslocados de guerra, e um outro imóvel de três pisos, na Avenida Hoji ya Henda, do Lubango.
Apesar de não avançar o prazo da moratória, nem o período em que serão feitos os procedimentos de confisco, o governador provincial disse que os edifícios confiscados pelo Estado serão reabilitados, através de concurso público, e passarão para a gestão pública.
Marcelino Tyipinge sublinhou que o primeiro passo das autoridades consistirá em persuadir os proprietários a reverem a sua política de abandono dos edifícios e procurarem, se necessário, parcerias para os recuperar, caso não tenham capacidade para tal. O passo seguinte, se isso não for feito, será o confisco.
Para justificar as medidas de confisco, Tyipinge declarou que “o governo está empenhado em fazer do Lubango uma bela cidade, melhor do que aquela que os portugueses deixaram e, a partir daí, em continuar a atrair mais turistas nacionais e estrangeiros para investirem em várias áreas do saber para o seu desenvolvimento”.
Duas das mais emblemáticas salas de espectáculos vindas da época colonial, o Cine Odeon e o Cine-Teatro Arco-Íris, da cidade do Lubango, encontram-se há várias décadas abandonados pelos proprietários e a transformar-se em ruínas.