FMI revê em alta crescimento económico de África

Perspectivas da economia mundial do FMI apontam para retomada em África

Perspectivas da economia mundial do FMI apontam para retomada em África

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ontem em alta o crescimento do PIB da África Subsaariana em 2018 e 2019, impulsionado pelo aumento dos preços das commodities.

O fundo prevê que o crescimento na região aumentará de 2,8% em 2017 para 3,4% este ano e para 3,8% em 2019 (0,1% mais alto para 2019 do que a previsão de Abril passado).

Esta revisão em alta das previsões do FMI deve-se à melhoria das perspectivas para a Nigéria, onde o crescimento deverá aumentar de 0,8% em 2017 para 2,1% em 2018 e para 2,3% em 2019 (0,4% acima do esperado para 2019 do que a previsão de Abril), graças à melhoria das perspectivas dos preços do petróleo.

Na África do Sul, apesar de um primeiro trimestre pior do que o esperado (em parte devido a factores temporários), a economia deve recuperar um pouco ao longo do restante período de 2018 e 2019, já que a confiança renovada nas mudanças na liderança do país deve traduzir-se gradualmente num aumento do investimento privado.

O crescimento geral na África Subsaariana superará o da população nos próximos dois anos, com o rendimento per capita aumentando em muitos países, mas, apesar da recuperação nos preços das commodities, o crescimento permanecerá abaixo do observado durante os altos preços na primeira década dos anos 2000.

Os desenvolvimentos desfavoráveis em África (conflitos civis ou choques climáticos, por exemplo) poderiam intensificar as pressões migratórias, particularmente para a Europa, diz o fundo monetário.

Zona Euro e Estados Unidos

Quanto à Zona Euro, o FMI reviu em baixa o crescimento do PIB  de 2,4% para 2,2% este ano e de 2% para 1,9% em 2019.

O FMI atribui esta revisão em baixa ao aumento das tensões comerciais, o que está a agravar os riscos a curto prazo, mas também à incerteza dentro da própria União Europeia e à desaceleração do primeiro trimestre.

“O risco de as actuais tensões comerciais escalarem ainda mais – com efeitos adversos na confiança, no preços dos activos e no investimento – é a maior ameaça de curto prazo ao crescimento global”, escreve Maury Obstfeld, conselheiro económico do FMI, na actualização de Verão do World Economic Outlook, sob o título “A Expansão Mundial Continua Vigorosa, Mas ela é Menos Igual, Frágil e Ameaçada”.

O modelo de previsões do Fundo sugere que se as ameaças proteccionistas se concretizarem, o PIB global pode ficar 0,5% abaixo do previsto.

O FMI manteve a projecção do crescimento mundial de apenas 3,9% para este ano e para o próximo ano e diz acreditar que o risco de uma revisão para baixo tenha aumentado mesmo no curto prazo.

Quanto aos Estados Unidos, o fundo monetário sublinha que o crescimento do PIB continua a ser maior do que o potencial e a geração de emprego continua robusta, graças em grande parte aos recentes cortes de impostos e ao aumento dos gastos públicos.

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