O Grupo Boa Vida (GBV) já procedeu às adequações jurídicas para poder vender fracções imobiliárias autónomas ligadas à sua unidade hoteleira em construção na Urbanização Boa Vida, anunciou ontem o semanário angolano Valor Económico.
Em Março, a Comissão do Mercados e Capitais (CMC) suspendeu a venda desses produtos imobiliários, condicionando o levantamento da interdição ao registo da actividade e respectivos produtos junto da CMC, órgão regulador do mercado, e ao cumprimento de outros pressupostos legais que visam a protecção do investidor.
Segundo o semanário, no arranque do processo de entrega de casas da Urbanização Boa Vida, a 17 de Julho, Tomasz Dowbor, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Boa Vida, garantiu que “a principal mudança imposta está relacionada com o nome do contrato, que não pode ser tipificado de compra e venda”, mas sim de “contrato de investimento”.
Até à decisão da CMC, o grupo imobiliário esteve a comercializar contratos de investimento em fracções imobiliárias autónomas, destinadas exclusivamente à exploração hoteleira, oferecendo um retorno para o investidor, além de um direito de participação no investimento e uma remuneração periódica resultante da exploração.
O gestor imobiliário declarou compreender a decisão da CMC por se estar perante um “produto novo” em Angola e que despertou a atenção das instituições. “Nunca tiveram experiência de lidar com este formato”, declarou Dowbor, indicando que, “feitas as adequações exigidas, a comercialização dos quartos do hotel que está em construção é para ser mantida”, pelo que agora aguarda pelo levantamento da suspensão pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC).
Tomasz Dowbor referiu que o modelo de vendas não foi inventado pelo grupo, mas que apenas “adaptou o que deu certo lá fora”, citando o Dubai, Singapura e Nova Iorque como exemplos, diz o jornal Valor Económico.
A Urbanização Boa Vida, situada em Luanda Sul, é o maior projecto imobiliário privado em construção em Angola.
Em 20 anos de actividade em Angola, o Grupo Boa Vida ergueu vários grandes projectos imobiliários. Entre eles estão os condomínios Infinity Residence 1, Ville Vermont, Solida Plaza, Vereda das Flores, Hipicus e Real Park.
O GBV tem também investimentos na agricultura, pecuária, hotelaria e turismo, além do comércio, mineração e educação.
