O setor da intermediação de crédito em Portugal entrou numa nova fase. A transformação digital deixou de ser promessa e passou a fazer parte do funcionamento diário das instituições e dos profissionais que servem os consumidores. A automatização, a integração de sistemas e a transparência dos processos tornaram-se elementos centrais da confiança. O novo tempo do crédito digital é, antes de mais, um tempo de maturidade.
Foi neste contexto que o CrediDesk foi lançado oficialmente em 15 de outubro, durante a convenção nacional da ANICA, evento que reuniu reguladores, associações e empresas do setor. A data marca o início público de uma plataforma desenvolvida de forma contínua e validada no terreno, com base em critérios de solidez, segurança e fiabilidade técnica. O momento do lançamento coincidiu com o debate nacional sobre a revisão do regime jurídico dos intermediários de crédito — uma reforma que irá definir os novos padrões de transparência e comparabilidade nas práticas de mercado. O alinhamento entre tecnologia e regulação é hoje um passo indispensável para a consolidação do setor.
O CrediDesk, desenvolvido pela InovaDigital – Tecnologias da Informação, foi criado para responder precisamente a essa nova etapa: um mercado mais exigente, mais auditável e mais dependente da tecnologia para garantir qualidade da informação e conformidade. A plataforma é uma infraestrutura tecnológica independente, desenvolvida em Portugal e pensada para apoiar todos os tipos de intermediários de crédito, sejam agentes individuais, empresas especializadas ou redes de grande dimensão.
Tecnologia ao serviço da intermediação
O CrediDesk é uma solução integral de gestão de processos de crédito. Permite acompanhar e controlar cada etapa do ciclo — desde a receção de pedidos até à formalização contratual — com registo completo de operações, comunicação com bancos e documentação estruturada.
Filipe Marques, Executive Manager da InovaDigital, destaca: “A plataforma foi desenhada para assegurar transparência, rastreabilidade e eficiência operacional, em conformidade com os padrões definidos pelo Banco de Portugal e pelas normas europeias de proteção de dados”.
Assim, a estrutura modular da plataforma permite gerir, de forma unificada, todas as categorias de crédito, incluindo Crédito Habitação, Crédito Pessoal, Crédito Automóvel, Crédito Consolidado, Leasing e Cartões de Crédito. Cada produto mantém as suas especificidades técnicas, mas partilha o mesmo ecossistema de dados, permitindo ao intermediário ter uma visão completa do cliente e do seu perfil financeiro. Esta abrangência reflete uma visão clara: a digitalização só é real quando simplifica e integra — em vez de fragmentar.
Além da amplitude funcional, o CrediDesk foi concebido para operar com elevado desempenho e segurança. A infraestrutura suporta grande volume de dados, garante disponibilidade contínua e incorpora mecanismos de encriptação, auditoria e controlo de acessos que asseguram a integridade das informações. Cada interação é registada, cada documento é rastreável e cada decisão é justificável. O resultado é um ambiente digital que proporciona confiança técnica e segurança jurídica.
Independência como princípio fundador
De referir que o CrediDesk é, e continuará a ser, uma empresa tecnológica pura. O seu papel é desenvolver software e o seu negócio é disponibilizar tecnologia. A empresa não tem qualquer interesse direto ou indireto nas operações comerciais dos seus clientes: não participa em contratos de crédito, não recebe comissões e não interfere na relação entre intermediários e instituições financeiras. Esta independência garante neutralidade total e permite que todos os clientes mantenham o controlo absoluto sobre o seu negócio, os seus dados e as suas relações institucionais.
Num mercado que avança rapidamente, a neutralidade tornou-se um fator de confiança. As soluções tecnológicas que pretendem servir a intermediação devem ser ferramentas — não concorrentes.
“O CrediDesk foi construído com base nesse princípio. A sua missão é criar condições para que os intermediários trabalhem melhor, com processos mais claros, com menos risco operacional e com total proteção da informação. Esta postura é também uma garantia de conformidade e de ética — elementos essenciais num setor regulado e sensível como o crédito”, refere Filipe Marques.













