Sustentabilidade redefine o sector imobiliário na Europa

Proprietários e gestores de ativos estão a ser forçados a adaptar-se rapidamente

Alterações regulamentares aumentam a atratividade para os investidores e os inquilinos (Kampus Production/Pexels)

O aparecimento de novas regulamentações orientadas para acelerar a transição sustentável está a redefinir profundamente o enquadramento legal do setor imobiliário na Europa, impondo novos desafios e oportunidades para os operadores do mercado, de acordo com o “Iberia Property Market Report Q4”, relatório realizado pela MVGM, empresa europeia especializada em gestão de propriedades.

A crescente pressão regulamentar e as expectativas dos investidores e clientes forçam os proprietários e os gestores de ativos a adaptarem-se ao novo panorama, refere o “Iberia Property Market Report Q4” da MVGM.

Neste contexto, o estudo refere que os regulamentos como a Diretiva relativa aos relatórios de sustentabilidade das empresas (CSRD), a taxonomia da UE, o Regulamento relativo à divulgação de informações financeiras sustentáveis (SFDR), a Diretiva relativa ao desempenho energético dos edifícios (EPBD), a Diretiva relativa à diligência devida em matéria de sustentabilidade das empresas (CS3D) e os certificados de economia de energia (ESC) estão a definir o mercado comercial e residencial.

No domínio da sustentabilidade, empresas como a MVGM possuem certificações como o BREEAM, LEED e WELL:
• BREEAM: foca-se na eficiência energética, gestão da água, materiais sustentáveis e redução de resíduos, alinhando-se com os requisitos da Taxonomia da UE e da EPBD.
• LEED: avalia a eficiência energética, a utilização de materiais sustentáveis e a qualidade do ambiente interior, ajudando a cumprir regulamentos como o SFDR e o CSRD.
• WELL: centra-se no bem-estar e na saúde dos ocupantes dos edifícios para promover padrões de qualidade do ar, iluminação e conforto térmico, contribuindo para a dimensão social dos ESG.

Cristian Guzman, diretor da ESG Europe, citado no documento, explica que “as certificações ambientais desempenham um papel fundamental para tornar os ativos imobiliários mais atrativos e resistentes a futuras mudanças no mercado. Num contexto em que a sustentabilidade se está a tornar um fator determinante cada vez mais importante nas decisões de investimento, a existência de normas reconhecidas deste tipo não só facilita o cumprimento, como também acrescenta valor tangível ao sector imobiliário”.

O novo quadro regulamentar apresenta novos desafios a considerar pelo sector imobiliário e a recolha e a comunicação de dados ESG (ambientais, sociais e de governação) constituem um esforço adicional, tanto para os proprietários como para os gestores.

O objetivo de alcançar uma maior eficiência energética também requer investimentos que podem ser significativos, embora os CAE ofereçam benefícios financeiros. Tendo em conta que a regulamentação europeia relativa à sustentabilidade ainda está em desenvolvimento, é necessário um acompanhamento contínuo para garantir o seu cumprimento.

No entanto, diz o relatório, estas alterações regulamentares proporcionam uma série de benefícios para o sector imobiliário:
● Aumento da atratividade para investidores e inquilinos: os edifícios com certificações energéticas e relatórios ESG robustos geram mais procura no mercado.
● Acesso a financiamento sustentável: o alinhamento com regulamentos como o CSRD e a Taxonomia da UE facilita o acesso a fundos e incentivos financeiros.
● Redução dos custos operacionais: A implementação de medidas de eficiência energética reduz o consumo e, consequentemente, os custos operacionais.
● Conformidade regulamentar e vantagem competitiva: a preparação permite às empresas manterem-se à frente dos futuros requisitos regulamentares.

“O sector imobiliário na Europa encontra-se num ponto de viragem. A adoção destes regulamentos não só responde a um requisito regulamentar, como também representa uma grande oportunidade para melhorar a eficiência, reduzir o impacto ambiental e gerar valor a longo prazo para os investidores e clientes”, conclui Cristian Guzmán.

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