A economia portuguesa está entre as que correm riscos mais elevados de uma crise financeira gerada pelo mercado imobiliário, revela o Público, citando um alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI garante que o nível de endividamento das famílias e a prevalência de empréstimos a taxas variáveis são as principais razões para a vulnerabilidade de Portugal, quando se coloca o cenário de subida das taxas de juro.
“Economias com preços elevados das casas e altos níveis de endividamento das famílias com taxas de juro variáveis são particularmente vulneráveis a um consequente stress no sector financeiro”, alerta o documento do FMI divulgado na terça-feira com as projeções económicas.
Segundo o FMI, a crise financeira no mercado imobiliário irá seguir o curso das anteriores, pois os custos de financiamento disparam, existe menos recursos ao crédito para comprar casas, a procura no mercado imobiliário diminui, o nível do crédito malparada aumenta e os bancos sofrem perdas pesadas com a diminuição do preço das habitações.
Numa análise a 27 países, o FMI teve em conta seis factores de risco e analisou o risco de baixo a elevado, surgindo Portugal no oitavo lugar da lista com um maior risco de crise nos próximos anos.
Com pontuação mais elevada estão o Canadá, Austrália, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Países Baixos, enquanto os Estados Unidos e Dinamarca estão ao mesmo nível de Portugal.
A economia portuguesa é mais penalizada pelo elevado nível de endividamento das famílias, a percentagem de pessoas que compra casa recorrendo a crédito e a utilização generalizada de taxas de juro variáveis nos contratos de crédito à habitação.