Em 2021, o investimento captado através do programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI), conhecido por vistos gold, foi de pouco mais de 460 milhões de euros, uma queda de 28% face aos 646,7 milhões em 2020, indicam dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O número de beneficiários fixou-se nos 865, menos 317 do que em 2020. No último exercício antes da pandemia, o programa atraiu 1.245 cidadãos estrangeiros, que investiram 742 milhões, mas o ponto alto do programa foi atingido em 2014, com a concessão de 1.526 vistos e um investimento de 921 milhões de euros.
O regime dos vistos gold, lançado com o objetivo de promover o investimento e a criação de emprego em Portugal, acumulou desde o seu lançamento, em outubro de 2012, e até final de 2021, um investimento total de 6.099 milhões de euros, tendo sido emitidas por esta via 10.254 autorizações de residência. A maior fatia é proveniente da aquisição de imóveis.
No total, foram aprovados 9.585 vistos gold derivados de investimentos mínimos de 500 mil euros na compra de uma casa ou de 350 mil para reabilitação de um imóvel. A aquisição de bens imóveis atingiu mais de 5.144 milhões e 8.576 vistos.
A reabilitação urbana captou 362,5 milhões de euros, tendo sido aprovadas neste âmbito 1.009 autorizações de residência.
Nas transferências de capital, o Estado português concedeu, desde o início do programa, 649 autorizações, que resultaram num investimento de 592,6 milhões de euros. Na criação de postos de trabalho, há a contabilizar 20 autorizações para investimento.
Os estrangeiros que mais recorreram a este programa foram os chineses, que, em pouco mais de nove anos do programa, obtiveram 5.034 vistos, seguidos dos brasileiros (1.059), turcos (482), sul-africanos (428) e russos (424).
Nas novas regras, o montante de investimento fica inalterado, mas só é elegível para efeitos do programa a compra de casas no interior de Portugal e nos Açores e Madeira.