Como o Covid-19 afectará o mercado imobiliário?

A construção civil será afectada pela crise simultânea do coronavirus e do barril do petróleo

A construção civil será afectada pela crise simultânea do coronavirus e do barril do petróleo

O Governo angolano tomou medidas especiais para conter a propagação em Angola do surto de novo coronavírus, o COVID-19.

Os dois primeiros casos positivos de contágio por COVID-19 em Angola foram registados hoje, quando a pandemia declarada pela OMS se alastra e o número de infectados em todo o mundo ultrapassa os 297.00, que fizeram 12.755 mortos em 164 países.

Desde as zero horas de 20 de Março, o Governo suspendeu todos os voos comerciais e privados de passageiros de Angola para o exterior, e vice-versa, durante 15 dias prorrogáveis.

O Decreto Legislativo Presidencial Provisório n.º 1/20, de 18 de Março, assinado pelo Presidente de Angola, João Lourenço, impede a circulação de pessoas nas fronteiras terrestres e a atracagem e desembarque de navios de passageiros vindos do exterior.

O Governo apenas não suspendeu os voos de carga por razões humanitárias ou que estejam ao serviço da política externa de Angola, mas proibiu a realização de eventos públicos, como cultos religiosos, actividades culturais e desportivas.

As aulas, em todos níveis de ensino, serão suspensas a partir de terça-feira 24 de Março e o Ministério da Saúde aconselhou os empregadores a dispensarem as empregadas domésticas.

Primeiro a saúde: cuidados a observar

Que medidas preventivas podem ser tomadas para reduzir o risco de contágio e disseminação do novo coronavírus?

De forma geral, os médicos aconselham as pessoas a tomarem as seguintes medidas para se protegerem a si e aos outros:

Depois a economia: impacto no imobiliário

É evidente que o surto e as medidas tomadas vão ter forte impacto na actividade económica, porque as acções para conter o alastramento da pandemia implicam, inevitavelmente, o aumento do desemprego e o agravamento da vida das empresas e das famílias.

No mercado imobiliário, o maior impacto será na construção civil, que já vinha paralisando obras e abandonando projectos.

Depois do choque de 2014, o sector da construção civil angolano, motor do mercado imobiliário, vai ser novamente atingido.

Em Setembro do ano passado, a Fitch Solutions já havia cortado a sua previsão de crescimento médio anual na indústria de construção civil em Angola, de 6,7% para 0,9%, nos próximos quatro anos.

Com o novo coronavírus e a descida brutal de preço do petróleo para os USD 27,38 por barril, surgem duas crises inesperadas de uma só vez, e o corte nas projecções económicas deverá ser muito mais acentuado.

As empresas de construção, que já tinham dificuldades com fornecedores de matérias-primas e equipamentos, vão agora enfrentar uma diminuição da mão-de-obra e, em consequência, a previsível paralisação de mais obras.

Na comercialização de imóveis, o impacto será sentido, previsivelmente, na queda ainda maior dos preços dos imóveis, que estão em declínio há vários anos, bem como na crise das empresas do sector.

Se as construtoras e imobiliárias vão rever a sua actividade, é provável que do lado dos investidores e compradores de imóveis venha a acontecer uma maior cautela na compra de imóveis e um atraso no pagamento das rendas aos senhorios pelos inquilinos.

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