O Gabinete dos Serviços Técnicos e Infraestruturas da província de Benguela, segunda praça forte do mercado imobiliário de Angola depois de Luanda, identificou cerca de 100 edifícios em avançado estado de degradação, associado à falta de manutenção.
Por causa do seu mau estado de conservação do imobiliário, os edifícios identificados irão beneficiar em 2020 de obras de reabilitação, sendo os seus os ocupantes movidos para as novas centralidades construídas nos municípios da Catumbela, Baía Farta e Lobito.
A Directora do Gabinete dos Serviços Técnicos e Infraestruturas de Benguela, engenheira Jandira Ribeiro, garantiu, em conferência de imprensa, que a questão financeira para a reabilitação do imobiliário, será acautelada pelo Fundo Rodoviário e Obras de Emergência do Ministério da Construção e Obras Públicas.
“Sempre que a população está em perigo é uma obra de emergência. Há edifícios que estão a mexer… Algumas pessoas que estão em edifícios mais degradados serão movimentadas para as centralidades. Já não dá mais para ficar à espera de estudo”, disse Jandira Ribeiro no encontro com os jornalistas, citada pelo diário “O País”.
A engenheira sublinhou que a maior parte dos edifícios já terminou o seu período de vida útil, daí justificar-se uma intervenção nesse sentido. “Fizemos um levantamento e identificámos em Benguela e Lobito cerca de 100 edifícios. Já remetemos, através do Senhor Governador, ao Ministro (da Construção e Obras Públicas) para que eles (edifícios) possam entrar no programa de reabilitação”, acrescentou Jandira Ribeiro.
Entre os edifícios identificadas pelo Governo Provincial de Benguela estão imóveis institucionais e habitacionais, com destaque para as instalações dos Serviços de Registo Civil de Benguela, que apresentam infiltrações de água.
Outro dos edifícios que preocupam as autoridades é o conhecido Prédio do 10º, no Bairro do Caponte, no município do Lobito, onde as centenas de moradores se queixam de o imóvel estar “a mexer-se”.
Em Abril de 2018, o Presidente angolano, João Lourenço, mandatou o Ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, para inventariar e catalogar, em coordenação com outros organismos, os edifícios que se encontram em mau estado de conservação ou risco de desabamento, incluindo os adquiridos pelo Estado no exterior do país e utilizados por representações diplomáticas.
Esta medida reforçava uma decisão anterior, também de Abril do mesmo ano, na qual o Presidente incumbia o Ministro da Construção e Obras Públicas de notificar os proprietários e moradores dos edifícios em perigo de ruína ou desabamento sobre as “medidas urgentes que se imponha adoptar”.