O Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) informou que desaconselha os cidadãos a aceitarem produtos e serviços imobiliários publicitados pela empresa Jefran, ligada à promoção imobiliária, por esta empresa estar a responder a um processo de reclamação de consumidores.
Em comunicado, com data de 2 de Maio, o instituto do consumidor insurge-se contra o conteúdo dos anúncios publicitários da Jefran nos meios de comunicação, afirmando que isso “constitui um acto de desobediência à decisão administrativa tomada por este instituto, que goza do estatuto de autoridade pública”.
O instituto de defesa do consumidor acusa também a empresa Jefran de “publicidade enganosa e indício de burla”.
Segundo o organismo, corre trâmites no INADEC um processo que atende a 354 reclamações oriundas de consumidores que foram lesados pela Jefran, por esta empresa não ter entregue aos clientes imóveis pagos desde 2012.
Por esta razão, diz o comunicado, os consumidores são alertados a não aderirem aos projectos divulgados na campanha publicitária, enquanto durar o processo, “sob pena de se arriscaren a ver frustradas as suas expectativas de obtenção de casa própria”.
Na sua edição de 27 de Abril, já o diário “Jornal de Angola” havia publicado um extenso trabalho sobre a origem da empresa JEFRAN (Jesus Cristo e Francisco) e a história de vida do seu principal gestor, Francisco Silva, conotado, como o próprio jornal indicou, como “testa de ferro de altas figuras do país”.
O trabalho jornalístico do principal quotidiano angolano escandalizou vários operadores imobiliários, conhecedores do mercado e dos prejuízos causados pela a diversos compradores de imóveis que foram vítimas de burla.
Num post colocado nas redes sociais, o Director-Geral da Proimóveis e Vice-Presidente da Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola (APIMA), Cleber Corrêa, chegou mesmo a expressar a sua “descrença na seriedade do Jornal de Angola”, por publicar uma reportagem de destaque sobre a Jefran e “enaltecer” o trabalho de um empresário que “mancha o nosso mercado imobiliário”.