Até 2030, a cidade de Luanda vai precisar de construir 1,4 milhões de habitações para atender ao crescimento populacional, indicou sexta-feira (1) o arquitecto Hélder José, especialista em tecnologias de arquitectura.
Em 2015 existiam em Luanda 1,1 milhões de agregados familiares e em 2030 este número pode chegar aos 2,5 milhões, sublinhou o arquitecto durante o acto de apresentação do Plano Director Geral de Luanda (PDGL) à nova equipa governativa da capital angolana, liderada pelo governador Sérgio Reskova.
O arquitecto destacou que, actualmente, 49 por cento da área urbana da cidade de Luanda está a ser “invadida” por musseques, bairros sem a mínimas condições de habitabilidade e higiene mas que absorvem a maior parte da população.
Daí que um dos pilares do Plano Director Geral de Luanda (PDGL), que será implementado nos próximos 15 anos, seja a regeneração dos musseques situados no interior da via expresso, situada a sul da cidade, com padrões que sejam capazes de estimular também o investimento privado, disse o arquitecto.
O arquitecto Hélder José e a Directora de Projectos da Urbinveste, Neusa Inglês, foram dois dos especialistas convidados pela Ministra do Ordenamento do Território e Habitação para exporem as linhas de força do PDGL aos administradores e técnicos das administrações municipais e distritais da capital angolana, na sequência da nomeação do novo governador provincial de Luanda.
Na abertura do evento, Ana Paula de Carvalho anunciou que o PDGL vai ser transformado em lei, com o respectivo regulamento, mas antes vai ser revisto.
O Plano Director Geral de Luanda (PDGL) prevê obras em 446 quilómetros de estradas primárias e 676 quilómetros de vias secundárias, de modo a dar resposta ao crescimento da população e às dificuldades de mobilidade na cidade, que regista diariamente filas intermináveis de trânsito e uma reduzida oferta de transportes públicos.
Entre os pilares do plano estão a criação de uma “Hub” regional de transporte e logística, com um sistema de comboio suburbano de 210 quilómetros e 142 quilómetros de corredor para trânsito exclusivo de transportes públicos (Bus), bem como a edificação de um centro financeiro e institucional, um pólo industrial e uma zona de elevado interesse turístico e de lazer.
Em Abril de 2018, o Presidente angolano, João Lourenço, indigitou Ana Paula de Carvalho, Ministra do Ordenamento do Território e Habitação, para ser a responsável pela coordenação do Plano Director Geral de Luanda, que antes era designado “Plano Director Geral Metropolitano de Luanda”, e foi elaborado pela empresa Urbinveste, da empresária Isabel dos Santos, e por essa razão controverso.
Com a entrada em funções da nova liderança da Província de Luanda dirigida por Reskova, Ana Paula Carvalho passa a ser coadjuvada na implementação do PDGL pelo Governador da Província de Luanda.
A cidade de Luanda é constituída por seis municípios – Bela, Cacuaco, Cazenga, Icolo e Bengo, Luanda, Quiçama e Viana. Cada um deles é composto por Distritos Urbanos. Os Distritos Urbanos do Município de Luanda (sede) são Ingombota, Maianga, Kilamba Kiaxi, Rangel, Samba e Sambizanga.