A Centralidade Horizonte, no Bié, está já ocupada em 96% da sua área habitacional, anunciou hoje o Administrador da centralidade, Henrique Arsénio, no dia em que esta urbanização da cidade do Kuito comemora o seu primeiro aniversário.
Segundo a agência noticiosa Angop, no âmbito das festividades o Gabinete Técnico e Infra-estruturas do Governo da Província do Bié realizou o sorteio de venda das últimas 52 habitações da centralidade, no qual participaram 1.200 concorrentes.
A Centralidade Horizonte, situada nos arredores da cidade do Kuito, é constituída por 2.784 apartamentos, mas o projecto original prevê a construção de um total de 6.000 habitações.
Na primeira fase, a centralidade conta com 1.922 apartamentos, 252 moradias térreas e 611 moradias de dois pisos.
A centralidade conta ainda com 138 lojas, sistema de abastecimento de água potável, ligação ao sistema eléctrico público e acessos rodoviários.
A centralidade tem uma escola do II Ciclo do Ensino Secundário, com 24 salas de aula, e uma Primária, com 12 salas, um jardim de infância, dois centros infantis, um centro de saúde e posto policial.
A centralidade foi construída no âmbito do programa “Meu Sonho, Minha Casa”, uma parceria entre a promotora imobiliária Kora Angola e o Governo de Angola.
Para além do Kuito, a Kora Angola está a construir 1.000 fogos habitacionais na vila do Andulo, também na província do Bié.
Durante o acto comemorativo, no qual discursou o Governador da Província do Bié, Pereira Alfredo, o administrador da centralidade apontou como problemas da comunidade a falta de uma esquadra definitiva para a Polícia Nacional, de instalações dignas para a Administração e de um velório para os funerais.
Números controversos
Em Março deste ano, a Kora Angola informou que entre Outubro de 2017 e Março de 2018, “perto de dois mil apartamentos” das duas centralidades, Horizonte e Andulo, já tinham sido entregues a moradores.
Os números, avançados pelo coordenador comercial e marketing da Kora, Crispim Costa, durante a visita que a Ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, fez à província do Bié, a 8 de Março, não batiam certo na altura.
Segundo o responsável da Kora, na Centralidade Horizonte já estavam ocupados 1.050 apartamentos dos 2.734 concluídos e dos 6.000 planificados, ao passo que na Centralidade do Andulo as 172 residências prontas, das mil previstas, “começaram a receber os seus moradores”.
Somados todos os números, o resultado chegava somente aos 1.222 (1.050+172) imóveis entregues.
Mas o site da Kora Angola na internet dizia mais: que a Centralidade do Andulo fora apenas inaugurada pela ministra no dia 8 de Março e que “a habitação nesta primeira fase do projecto está prevista acontecer (apenas) ao longo do segundo trimestre do ano 2018, e terá início muito em breve”.
No dia 8 de Março, a ministra fez apenas a entrega simbólica de três chaves a moradores do Andulo e assinou um protocolo de entrega das infra-estruturas que abastecem a centralidade de energia e água.
Na Centralidade Horizonte, a ministra assinou o protocolo de entrega dos equipamentos sociais ao Governador da Província do Bié, Álvaro de Boavida Neto, constituídos pelo centro de saúde e jardim de infância que já estavam a funcionar desde o início do ano lectivo.
Em Outubro de 2017, Crispim Costa já havia anunciado que a Kora iria entregar diariamente 25 chaves aos moradores habilitados da Centralidade Horizonte.
Somado tudo o que foi entregue e anunciado, os imóveis para habitação não chegam, na altura, aos “perto de dois mil apartamentos”.
Uma casa por 12 milhões de kwanzas
O processo de comercialização de apartamentos nas centralidades do Kuito e Andulo decorre desde Abril de 2017.
O arrendamento de uma casa custa 12.000 kwanzas por mês e a compra por renda resolúvel 39.000 kwanzas/mês.
Para a compra de um imóvel, o candidato deve começar por desembolsar 50 por cento do valor total da casa – fixado em 12 milhões de kwanzas – que devem ser pagos, mensalmente, durante 25 anos.