Angola em 10º na transparência imobiliária em África, mas com mercado “opaco”

Mapa da Transparência no mercado imobiliário da África Subsaariana mostra o lugar de cada um dos 15 mercados estudados (www.jll.com)

Mapa da Transparência no mercado imobiliário da África Subsaariana mostra o lugar de cada um dos 15 mercados estudados (www.jll.com)

Angola está em 10º lugar no Índice de 2018 da transparência imobiliária na África Subsaariana, apesar de pertencer aos países em que o mercado imobiliário é considerado “opaco”, revela o relatório publicado quinta-feira (27) pela consultora especializada JLL.

O relatório, designado “O caminho para a transparência imobiliária na África Subsaariana”, que avalia o mercado de 15 países africanos, destaca que a transparência imobiliária em toda a região continua a melhorar gradualmente, mas está a avançar a um ritmo mais moderado do que nos anos anteriores e num ambiente em que aumentam as expectativas.

“Melhorias adicionais serão essenciais para apoiar o esforço da região por uma maior eficiência nos negócios e maior investimento em imóveis e infra-estrutura”, diz o relatório da JLL, empresa especializada em imobiliário, cotada em Wall Street e sede em Chicago.

O relatório constata em África um “progresso gradual” marcado por “alguns pontos brilhantes”.

África do Sul único “transparente”

De acordo com o relatório, o Índice de 2018 mostra um aumento gradual na transparência da região, com 10 dos 15 mercados a registarem melhorias desde 2016.

Na lista a África do Sul (21º no ranking mundial) continua a ser o único mercado “transparente” da África Subsaariana, que abriga uma base significativa de investidores institucionais e sectores listados.

Outros quatro mercados, Botswana (45º), Maurícias (51º), Quénia (53º) e Zâmbia (56ª), são considerados “semi-transparentes”, enquanto Ghana (76º), Nigéria (67º) e Ruanda (78º) são países tidos como de “baixa transparência”.

Angola (85º no ranking mundial) surge entre os sete últimos países africanos de mercado “opaco”, atrás do Uganda (84º), mas à frente da Costa do Marfim (96º), Etiópia (92ª), Moçambique (97º), Senegal (98º) e Tanzânia (90º).

O Quénia e a Nigéria, os principais centros da África Oriental e Ocidental, respectivamente, têm liderado o progresso nos últimos dois anos, enquanto o Ruanda continua a melhorar, sublinha o relatório.

No entanto, a JLL diz que o ritmo de mudança precisa de acelerar para diminuir a distância entre a África Subsaariana e outras regiões do mundo.

“A África Subsaariana ainda está atrasada em relação a outras regiões em termos de disponibilidade de dados de mercado, enquanto a imposição de regulamentações e benchmarking de sustentabilidade também estão entre as principais áreas onde há um potencial significativo de melhoria”, refere o documento.

Quatro questões para o futuro

Como perspectivas, o relatório diz que, no futuro, quatro questões irão determinar a transparência da África Subsaariana no futuro, a primeira das quais aascensão da “proptech”, em que as novas tecnologias oferecem o potencial para os mercados africanos ultrapassarem os caminhos tradicionais em direcção a uma maior transparência e recolha de dados mais eficiente.

Em segundo lugar, aponta a necessidade de aprofundar a liquidez, com o aumento da participação do mercado por investidores institucionais e o desenvolvimento do sector listado como factores fundamentais para melhorar a disponibilidade de dados e o acompanhamento do desempenho do investimento.

Em terceiro, será necessário resolver adivergência persistente entre regulação e fiscalização, para que os mercados elevem os níveis de transparência.

Finalmente, será preciso garantir as práticas de sustentabilidade, já que a transparência na África Subsaariana em torno da sustentabilidade continua em estágio inicial e a progressão é fundamental para garantir que o sector imobiliário atinja os padrões necessários para atender às futuras necessidades e aspirações da região.

O Índice de Transparência Imobiliária Global da JLL baseia-se numa combinação de dados de mercado e informações recolhidas por meio de uma pesquisa da rede global de negócios JLL e LaSalle Investment Management em 100 países e 158 mercados.

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