Abacus diz que o imobiliário ressente-se da redução das “yields”

Residências bem localizados e com destino à classe média vão necessitar de financiamento bancário

Residências bem localizados e com destino à classe média vão necessitar de financiamento bancário

O Relatório do Mercado Imobiliário Angola 2018, da consultora Abacus, em associação com a JLL (Jones Lang LaSalle Incorporated), destaca que o mercado imobiliário angolano ressente-se actualmente da redução dos “yields” (retorno do investimento).

Segundo o relatório, lançado em Janeiro, a redução dos “yields” deve-se à quase ausência da procura, resultante da diminuição da actividade económica e da consequente menor necessidade de colaboradores nas empresas, como também à saída de muitos dos expatriados, que não conseguiram exportar os salários para os países de origem.

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Para a pesquisa, a desvalorização real do kwanza em 2017 teve um efeito positivo no segmento imobiliário, porque ajudou a canalizar liquidez para a aquisição de activos imobiliários.

“As operações de compra e venda a que assistimos foram essencialmente para a aplicação de kwanzas por parte de empresas, como forma de defesa de eventuais desvalorizações, que se apelida de operações de ‘preservação de capital’”, diz a Abacus.

A aquisição de activos, acrescenta o estudo, foi entendida pelos investidores como “uma das formas lógicas e consequentes de preservar capital, dado que houve o entendimento de que o mercado imobiliário virá a cotar-se sempre em dólares”.

A maior parte das imobiliárias em Angola fixam os preços dos imóveis em dólares, prática ilegal, e a ideia de que o mercado manterá esse procedimento “tem sido evidente, não só por parte dos agentes privados, mas igualmente por parte de empresas”, diz a Abacus.

2018 depende do petróleo

Para o ano de 2018, o relatório da Abacus, em associação com a JLL (cotada no NYSE),  diz que tudo dependerá de o preço do petróleo evoluir acima dos 60 dólares por barril, bem como das políticas económicas e cambiais que o novo Executivo virá a tomar.

Sobre o arrendamento comercial, o estudo refere que houve poucas operações neste segmento, o que significa que as empresas renegociaram as rendas nas actuais instalações. Neste segmento, diz a Abacus, o grande desafio para 2018 será a manutenção e conservação das propriedades e “garantir a permanência dos bons inquilinos, atendendo ao especial período económico”.

Sobre a promoção imobiliária, a Abacus diz que “são poucas as evidentes oportunidades”, à excepção dos produtos “residências bem localizados e com destino à classe média”, componente que “vai necessitar de financiamento bancário”.

Em conclusão, a pesquisa destaca que se torna importante nesta altura “saber analisar detalhadamente os vários segmentos da procura, para que o produto imobiliário a produzir e a colocar no mercado seja o mais adequado”.

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