A resolução gradual da situação pandémica provocou uma recuperação do sector de escritórios na Grande Lisboa e no Grande Porto de, respectivamente, 15% e 5%, na segunda metade de 2021, indicou a consultora Cushman & Wakefield (C&W).
Segundo a análise que a consultora apresentou na terça-feira, na Grande Lisboa, apesar da quebra de 35% no primeiro semestre do ano, em 2021 foram transacionados 159.000 metros quadrados, um crescimento homólogo de 15%, havendo a registar um aumento no número de operações, para cerca de 135, contrabalançado com a redução da área média transacionada, para os 1.180 metros quadrados.
A absorção em Lisboa, diz consultora, foi fortemente influenciada pela concretização de negócios de grande dimensão, nomeadamente, a futura ocupação própria pela Câmara de Oeiras dos Paços do Concelho, no Corredor Oeste, com 30.500 metros quadrados, cuja construção já começou, e os pré-arrendamentos pela incubadora Factory, no Hub Creativo do Beato, e pela Critical Techworks, na K Tower, no Parque das Nações, com cerca de 10.000 metros quadrados cada.
No Grande Porto, de acordo com a C&W, após uma quebra de 55% no primeiro semestre, a atividade ganhou novo fôlego na segunda metade do ano, permitindo ao setor fechar o exercício com um volume total transacionado de 56.600 metros quadrados, um crescimento homólogo de 5%. Esta variação foi também caracterizada por um número de negócios acima de 60 e uma quebra da área média transacionada para os 900 metros quadrados
Nos negócios no Porto, destacaram-se um arrendamento de cerca de 7.000 metros quadrados no Centro Empresarial da Lionesa, em Matosinhos, e um total 9.150 metros quadrados distribuídos por sete negócios no Porto Office Park, no CBD Boavista, que contribuíram para a ocupação integral deste empreendimento. O CBD Boavista concentrou o maior volume de absorção, com 44%, diz o estudo.
Segundo Carlos Oliveira, partner e diretor do departamento de escritórios da C&W, “apesar de um primeiro semestre pouco dinâmico o sector recuperou bem na segunda metade do ano e 2022 dá sinais de continuidade de crescimento.”
“Algum receio que o teletrabalho tivesse um impacto negativo muito significativo nestes números tem-se revelado infundado. As empresas e os seus colaboradores ajustaram-se a modelos mais flexíveis ou híbridos na forma de utilizar os espaços mas os escritórios continuam a ter uma importância fundamental na cultura, comunicação e eficiência das corporações”, disse Carlos Oliveira citado na análise.