O Ministério do Ordenamento do Território e Habitação (MINOTH) abriu um inquérito para apurar a veracidade das denúncias de fraude no sorteio das casas da centralidade do Zango 5, anunciou ontem o jornal Valor Económico.
O jornal diz que a informação foi prestada por um alto quadro do Ministério.
O MINOTH defende que o sorteio foi realizado com “lisura e transparência”, mas mandou realizar o inquérito para se apurar se terá havido alguém “ousado em agir” em contramão com a organização do concurso, de acordo com a fonte do jornal.
“Estamos a ouvir críticas e a analisar a lista manuscrita posta a circular, em que se denota ter havido encomenda de nomes. Estamos a averiguar e vamos clarificar o público sobre o que se passou”, afirmou ao jornal o alto quadro do MINOTH, que prometeu “mão pesada” caso se “conclua ter havido” fraude.
O responsável não descartou a possibilidade de alguém ter posto a circular a lista que aponta para irregularidades no sorteio “por pura má-fé”.
O alto quadro do MINOTH disse ainda ao jornal que o Ministério “não terá receios em divulgar” os resultados do inquérito, cujo prazo não avançou, mesmo que se conclua que houve fraude.
Por seu lado, a Imogestin, empresa responsável pela gestão do Zango 5, negou responsabilidades no programa de escolha das casas, declarando que apenas o Governo se pode pronunciar sobre às críticas, de acordo ainda com o jornal.
O sorteio dos 2.390 apartamentos e vivendas realizado na manhã de quinta-feira 20/02 e cujos resultados estão a ser questionados foi antecedido por um processo de inscrição via internet que também gerou insatisfação devido às falhas registadas no site.
Durante o sorteio pelos 157.431 candidatos, o Ministério do Ordenamento do Território e Habitação defendeu sempre a transparência do processo.
À imprensa, técnicos do MINOTH disseram que o sorteio foi feito com base num software desenvolvido por engenheiros informáticos nacionais e que “obedeceu aos critérios de candidaturas”.
O programa, sublinharam os técnicos, definiu uma sequência de passos traduzidos em códigos para a escolha aleatória dos candidatos.
A titular da pasta, Ana Paula de Carvalho, declarou em diversos momentos que o sorteio não representava o fim do concurso, uma vez que os candidatos escolhidos pelo programa podiam ser afastados caso fossem detectadas irregularidades nos documentos apresentados ou incompatibilidades na candidatura.