BCE sobe as taxas de juro e o crédito habitação fica mais caro

Consumidores vão sentir os efeitos da decisão do regulador europeu

Esta é a terceira subida das taxas de juro pelo BCE em 2022 (Foto Dom J/Pexels)

Esta é a terceira subida das taxas de juro pelo BCE em 2022 (Foto Dom J/Pexels)

O Conselho do BCE reuniu-se na quinta-feira, 27 de outubro, e subiu as taxas de juro em 75 pontos base, pondo a taxa de refinanciamento nos 2%, a mais alta da última década.

Os consumidores vão sentir os efeitos da decisão do regulador europeu, que terá impacto no custo dos créditos habitação, através da subida das taxas Euribor, que já chegaram a máximos dos últimos 10 anos.

Esta foi a terceira subida das taxas de juro pelo BCE em 2022, depois de em julho subir pela primeira vez em 11 anos os juros em 50 pontos base, e dois meses depois aumentar em 75 pontos base.

“O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje, e espera continuar a aumentar as taxas de juro, para assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo”, disse o regulador europe, em comunicado.

O objetivo do regulador liderado por Christine Lagarde é baixar a inflação na Zona Euro, apesar de a estratégia ainda não surtir efeito, pois a inflação subiu de 9,1% agosto para 9,95 em Setembro.

Em Portugal a inflação subiu 0,5% nesse perído, fixando-se em 9,8% em setembro, o valor mais elevado em 30 anos.

“A inflação permanece demasiado elevada e continuará a ser superior ao objetivo do BCE durante um período prolongado”, argumentou o BCE no documento publicado.

No final da reunião, Christine Lagarde destacou ainda que serão feitos novos aumentos, informando que os juros poderão subir mais três ou quatro vezes, pois, disse, “estamos longe das taxas de juro necessárias para levar a inflação de volta à meta de 2%”.

A próxima reunião de política monetária está agendada para 15 de dezembro de 2022.

Estas medidas de política monetária do BCE impactam na vida das famílias que têm empréstimos habitação.

A compra de casa através de financiamento bancário ficará mais cara, tanto para as taxas variáveis, como para as taxas fixas.

Cerca de 90% dos contratos em Portugal têm juros ajustado a taxas variáveis.

As famílias portuguesas verão a prestação da casa subir quando os juros forem revistos trimestral, semestral ou anualmente, dependendo do contrato.

Quem contratou a taxa fixa não terá de se preocupar, já que a prestação não se altera durante o contrato.

Em Portugal, o número de contratos a taxa fixa tem vindo a subir, diz o Banco de Portugal.

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