A empresária angolana Isabel dos Santos defendeu hoje, no seu blog Sharing, os direitos de propriedade como um dos cinco maiores desafios que as cidades africanas têm pela frente.
Ao mesmo tempo, a empresária disse que o registo dos direitos de propriedade “deve ser acompanhado por um mercado imobiliário dinâmico, no qual as populações possam trocar de habitação”.
“É importante desenvolver os direitos de propriedade e este processo de registo deve ser acompanhado por um mercado imobiliário dinâmico, no qual as populações possam trocar de habitação”, escreveu a empresária no mais recente artigo publicado no seu blog Sharing na internet.
No blog, a empresária, filha mais velha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e classificada pela Forbes como a mulher mais rica de África, vem partilhando, regularmente, “histórias e inspirações de angolanos e de pessoas de todo o mundo”.
Planear, preparar e projectar
Neste último artigo, dedicado ao planeamento urbano, Isabel dos Santos alerta para a necessidade de África ter de “preparar-se já” para receber os 1,7 biliões de pessoas que vão viver no continente até 2030.
A empresária escreveu que as cidades africanas estão a crescer de forma desordenada e os investimentos necessários não estão a acompanhar o ritmo do crescimento.
Perante os níveis actuais de crescimento populacional, defendeu Isabel dos Santos, o planeamento urbanístico é um “desafio é tremendo” que “não pode esperar”.
“Precisamos de ter ruas com nomes, casas com números, endereços, para que nos possamos tornar proprietários das nossas cidades, das nossas casas. Só assim podemos exercer a nossa cidadania”, disse a empresária, na parte referente aos direitos de propriedade.
Construção sem infra-estruturas
No artigo, a empresária alerta que entre os maiores problemas que enfrentam as cidades africanas está o “rápido crescimento das zonas urbanas antes da construção das infra-estruturas adequadas”.
Segundo Isabel dos Santos, “adaptar novas infra-estruturas a uma cidade já desenvolvida pode custar três vezes mais do que no início do seu desenvolvimento urbanístico”.
A empresária sugere, por isso, que sejam tomadas medidas que previnam essa tendência.
“Antecipar a infra-estrutura antes da população chegar é, não só inteligente, como traz grandes vantagens de custo”, sublinhou. “Esta realidade é particularmente importante quando 2/3 das cidades africanas estão ainda por construir”, acrescentou.
Os cinco desafios das cidades africanas elencados pela empresária são a necessidade de planear, preparar e projectar, instalar a infra-estrutura económica e a conectividade entre espaços urbanos, portos e aeroporto, registar os direitos de propriedade, gerir as cidades com receitas dos contribuintes e criar cidades inclusivas.